Não foi dessa vez que o tão polêmico asteroide se chocou com a Terra e acabou com todos os nossos problemas. Um corpo de 100 metros de largura, que fora batizado de "2019 OK", passou a 'apenas' 70 mil quilômetros do planeta na última quinta-feira (25), segundo o observatório brasileiro SONEAR.
Muito embora o asteroide não tenha representado perigo algum à Terra, este evento nos mostra como uma chegada inesperada de um corpo deste tipo pode acontecer repentinamente, que nos remete, de imediato, a casos como o Evento de Tunguska, na Sibéria, em 1908, e o meteoro de Chelyabinsk, na Rússia, em 2013, que tiveram potências equivalentes a bombas nucleares.
Os astrônomos estão bem cientes dos riscos apresentados pelos asteroides que atingem a Terra. Crateras de meteoros podem ser encontradas em todo o mundo, e alguns exemplos relativamente recentes incluem a Wolfe Creek, no norte da Austrália, e a imaginativa Cratera do Meteoro, no Arizona-EUA. Nunca é demais lembrar que um meteoro se chocou com a Terra há 65 milhões de anos, em uma localização próxima do que hoje é o México, dando início à extinção dos dinossauros.
Mas, por eventos como este da Rússia, que astrônomos em todo o mundo dedicaram esforços consideráveis para determinar o nível de ameaça representado pelos asteroides próximos à Terra e para identificar os corpos individuais que poderiam representar uma ameaça significativa.
A maioria quase que absoluta dos asteroides são tão distantes da Terra que se assemelham a estrelas quando vistos por meio de telescópios ou a olho nu. No entanto, como eles circulam pelo Sistema Solar, estão sempre se movendo, e podem estar em rota de colisão com luas e outros planetas. Sendo assim, para que os pesquisadores consigam captar imagens desses corpos, são necessárias técnicas para a produção de fotos sequenciais.
Usando essa abordagem para pesquisar grandes áreas do céu, os astrônomos descobriram milhares de asteroides próximos da Terra, incluindo mais de dois mil apenas em 2017. Mas, se as descobertas são tão comuns, por que alguns ainda conseguem nos surpreender, como o 2019 OK?
Isso ocorre porque, durante o dia, é muito mais difícil de localizá-los, principalmente os mais lingínquos. Na aproximação mais próxima e com céus escuros, o 2019 OK teria sido visível com um par de binóculos como ponto de luz flutuando lentamente pelo céu. Mas três dias antes disso, seu brilho foi mil vezes mais fraco e, portanto, mais difícil de detectar. Além do mais, no mês passado, ele esteve relativamente perto do Sol no céu, por isso só foi visível ao entardecer.
O 2019 OK
O asteroide apelidado de 2019 OK foi finalmente rastreado pelo centro de pesquisa brasileiro SONEAR, na quarta-feira (24) e, logo depois, de forma independente, pela rede de telescópios ASAS-SN. Ambos usam telescópios relativamente pequenos com câmeras sensíveis para procurar grandes áreas do céu, em vez de usar grandes telescópios para estudar pequenos trechos.
Antes de sua descoberta como um asteroide próximo da Terra, 2019 OK até foi detectado por outros telescópios, mas sem muita precisão. No entanto, logo depois, outras imagens ajudaram os astrônomos a pregar a órbita do asteroide.
O 2019 OK tem uma órbita elíptica, que o leva do cinturão de asteroides, depois de Marte, às órbitas da Terra e de Vênus. Como cada órbita dele leva 2,7 anos, nem sempre teremos o 'risco' de que ele vá passar tão perto da Terra quanto dessa vez. É possível, no entanto, que ele chegue mais perto no futuro.
This is the video of the close encounter of Asteroid 2019 OK we have been Twitting all day with the Earth: https://t.co/bjT7uhQJuO pic.twitter.com/3e4UyPcdPl— ASAS-SN (@SuperASASSN) July 25, 2019
Outro asteroide a caminho
Outros asteroides também estão a caminho da Terra e podem fazer passagens próximas ao nosso planeta. O Apophis, de 400 metros de largura, passará a cerca de 30 mil quilômetros da Terra numa sexta-feira, 13 de abril de 2029.
Tanto o 2019 OK quanto o Apophis são muito maiores que o meteoro de Chelyabinsk, que tinha apenas 20 metros de diâmetro. O risco de eles colidirem com o planeta é remoto, mas, caso isso ocorresse, os efeitos seríam devastadores.
Fonte: Science Alert, SONEAR
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